sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Automutilação entre crianças e adolescentes é realidade em Uruguaiana

Daiany Mossi

O assunto abordado pelo programa O Fantástico da Rede Globo do último domingo – automutilação entre crianças e jovens, parece está longe da nossa realidade, porém o perigo mora ao lado, ou talvez no quarto de sua casa.
Dados apresentados pelo programa mostram que 20% dos jovens brasileiros se mutilam, sendo que o problema já os afeta mais do que as drogas, e que o bullying nas escolas é um dos principais causadores desse problema.
Ao abordar o tema entre os pais de crianças com idade entre 11 e 13 anos, o Jornal CIDADE constatou a existência de casos em Uruguaiana. As “vítimas” são crianças que não aparentam distúrbios emocionais e que convivem normalmente com amigos e familiares, porém com base nos atos praticados precisam de ajuda e tentam suprir alguma carência emocional com os atos praticados.  
A última classificação internacional de doenças mentais da Organização Mundial de Saúde define automutilação como autolesão não suicida. Ou seja, o objetivo dos adolescentes não é se matar. Mas a doença pode estar associada a outros distúrbios psíquicos de fundo depressivo quando, aí sim, pode haver risco de vida.
O Brasil não tem estatísticas oficiais, mas todos os estudos internacionais chegam ao mesmo número e indicam que 20% dos jovens sofrem desse mal. Vale destacar que o Sistema Único de Saúde brasileiro está despreparado para atender esse tipo de caso e que o papel da escola na orientação a essas crianças é fundamental.
Em conversas nas redes sociais e em suas escolas, as crianças que enfrentam o problema em Uruguaiana argumentam que “ninguém pode ser tão feliz e por isso eles precisam sofrer algum tipo de dor”.
A amizade também seria um fato motivador. Eles atribuem os cortes feitos com facas e lâminas a um pacto de amizade. Para esconder os machucados da família, eles usam pulseiras e faixas.
Os casos foram repassados às escolas para acompanhamento dos setores pedagógicos.

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