segunda-feira, 11 de julho de 2016

Urcamp anuncia fechamento do Hospital Universitário

O Hospital Universitário (HU) de Bagé suspendeu a realização de novos atendimentos ontem e, em breve, deve encerrar suas atividades. A informação foi confirmada, ainda no início da tarde de ontem, por meio de nota oficial emitida pela assessoria de comunicação da Universidade da Região da Campanha (Urcamp). A alegação, para a medida, é de que o HU não tem mais condições financeiras pra manter os serviços. No informe emitido para a imprensa, é frisado, inicialmente, que a decisão ocorreu após um “longo processo de debates com autoridades da saúde, equipe hospitalar, reitoria e presidência da Fundação Atilla Taborda (FAT) – mantenedora das instituições”. “Ainda em janeiro de 2016, identificando o agravamento de uma situação economicamente já difícil. Foi composto um grupo gestor encarregado de avaliar e dirimir os constantes problemas enfrentados para a manutenção das atividades médicas e ambulatoriais, as internações, a administração de medicamentos, a manutenção de instrumentação e equipamentos. O objetivo sempre foi encontrar um caminho que permitisse o prosseguimento do trabalho sem riscos aos pacientes e trabalhadores da saúde. Conforme relatórios da mesa gestora formada para avaliar o desempenho econômico e financeiro, o Hospital Universitário da Urcamp vem apresentando graves e constantes quedas em sua sustentação financeira, conforme podem ser comprovados pelo balanço da instituição”, expôs a nota ao justificar a ação como uma forma de evitar riscos à FAT, “que precisa lançar mão de suas próprias receitas para garantir a prestação dos serviços”. O texto destaca, em parte, que a decisão havia sido previamente encaminhada ao Ministério Público e entidades oficiais de saúde. “O cancelamento das atividades se dará de maneira gradual. A partir de 7 de julho, o HU não realizará mais internações, nem recepção para o serviço de tratamento intensivo. Serão mantidas atividades para pacientes já internados antes da decisão pelo encerramento - o que se extinguirá assim que o último paciente apresentar alta”, completa. 

Demissões
Questionados sobre um processo de demissões, a partir do fechamento do HU, o grupo se manifestou através do procurador jurídico Álvaro Meira. Ele disse entender que as medidas adotadas vão ao encontro de um processo correto, a partir do momento em que devem ocorrer tratativas bilaterais para o rompimento dos contratos de trabalho. “Vamos manter contato com a classe sindical”, garantiu ao adiantar que “os desligamentos ocorrerão dentro das normas da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)”. Ao todo, na atualidade, o HU conta com 153 trabalhadores diretos e mais 14 médicos prestadores de serviço. 

Repercussão
A notícia a respeito do fechamento do HU, vale citar, começou a ser difundida, por fontes extraoficiais, ainda na manhã de ontem.
A repercussão foi tamanha que alguns, inclusive, já cogitavam dar início a uma mobilização para impedir que tal fato se consumasse. Ou pressionando o governo estadual para a liberação de recursos ou mesmo desenvolvendo uma campanha para arrecadar verbas para o hospital junto à população.
Na nota de esclarecimento da Urcamp, é lembrado, por exemplo, que os trabalhos fecham um ciclo de 38 anos, primeiro como Casa de Saúde, depois como HU Mário Araújo. “Encerra-se involuntariamente esta relação que tanto oportunizou alento ao fluxo da demanda por saúde em nossa cidade e região, afinal, 77% dos atendimentos do HU têm sido oferecidos pelo Sistema Único de Saúde - o SUS”.

Manifesto
Em contato com a reportagem, a presidente do SindiSaúde, Elaine de Fátima Santos de Oliveira, disse ainda não ter conversado com a reitora da Urcamp sobre o assunto. Contudo, adiantou que um movimento de servidores está agendado para ocorrer na próxima segunda-feira, a partir das 10h, em frente ao HU. A ideia, expôs, é buscar que o hospital mantenha seus serviços e que, dessa forma, os empregos dos trabalhadores sejam mantidos. Com informações da Folha do Sul.

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