quarta-feira, 20 de julho de 2016

Jovem é morto por flanelinha depois de negar esmola


Gabriela Barcellos

Um universitário de 28 anos foi morto a facadas na madrugada de sábado, 16/7, por volta de 17h, na Rua Monte Caseros, entre Duque de Caxias e XV de Novembro. Rodrigo Cruz Schiafino era natural de São Borja e, há oito anos, morava em Uruguaiana, onde estudava e trabalhava. Ele não tinha nenhuma passagem pela polícia.

O crime
Instante antes do crime, o jovem saiu de uma festa num clube próximo, e se dirigia ao carro, estacionado na quadra seguinte. Ele então teria sido abordado pelo acusado, Jovani Rodrigues Soares, também de 28 anos, conhecido como ‘Jô’. Flanelinha e morador de rua, Jovani teria pedido dinheiro à vítima, que negou, motivando o crime.
De acordo com imagens colhidas das câmeras de seguranças na região, Jovani seguiu a vítima até o carro e, assim que Rodrigo entrou no veículo, o acusado o impediu de fechar a porta e desferiu três golpes de faca no coração da vítima, que sangrou até morrer.
Uma amiga de Rodrigo foi quem encontrou o corpo. Acreditando que o jovem dormia, a moça bateu no vidro do carro e, quando ele não respondeu, abriu a porta do veículo, percebendo então que o mesmo estava ferido. Os demais amigos foram chamados e então acionaram a polícia.

Investigação
A investigação do crime ficou a cargo do delegado Enio Tassi, que além de estar de plantão naquele dia, é responsável pela 1ª Delegacia de Polícia, que apura crimes desta natureza na região. Além dele, apenas dois policiais atuaram na investigação, inspetores José Carlos Toledo e Talita Arnhold. Apesar da equipe reduzida, o crime foi rapidamente esclarecido.
Depois do levantamento da perícia, que chegou ao local por volta de 9h, várias testemunhas foram ouvidas pelos policiais e, já no final da manhã, o acusado estava identificado.
Procurado na casa da família, Jovani não foi encontrado. As buscas por ele continuaram ao longo de toda a tarde e, somente à noite ele foi detido.

Prisão
Em contato com a família do acusado, o Delegado conseguiu convencer a irmã do rapaz a apresentá-lo na Delegacia de Polícia naquela noite. Ainda sem prisão decretada – ou solicitada pelo delegado – o jovem se entregou.
Jovani foi ouvido pelo delegado por volta de 21h, assistido pelo advogado Miguel Madeira. Cerca de 20 minutos após o início do interrogatório, confessou o crime. Ele alegou que, ao pedir dinheiro para a vítima, foi verbalmente agredido por ela, chamado de ‘Vagabundo’, ‘Ladrão’, entre outros. Essa agressão teria motivado o crime.
Após ouvi-lo, o Tassi pediu a prisão preventiva do acusado, considerando, além do próprio crime e da confissão, a integridade física do acusado, visto que este dorme na rua e que o crime causou grande comoção da comunidade.
O pedido foi rapidamente apreciado pela juíza de plantão, Karina Padilha. Apesar do pedido de preventiva do Delegado, a Juiza optou com conceder a prisão temporária de Jovani, que é válida por cinco dias. Ele foi então encaminhado à Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana, onde permanece recolhido.

O acusado
Jovani Rodrigues Soares tem várias passagens pela polícia, inclusive por crime de roubo. É usuário de drogas – especialmente crack – e saiu recentemente de uma comunidade destinada a recuperação de dependentes químicos. Morador de rua, contou à polícia que, depois do crime, foi dormir, debaixo da Ponte Internacional.

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