quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Para amenizar efeitos da altitude, Grêmio viajará uma semana antes para Quito

Antônio Mello nem precisou de um telefonema de Vanderlei Luxemburgo para decidir que a viagem a Quito, local da estreia do Grêmio na primeira fase da Libertadores, será feita com uma semana de antecedência. 
Em meio às férias em Penedo, região serrana do Rio, o preparador físico esboçou a mudança na pré-temporada, forçada pela definição da LDU-EQU como primeiro adversário. 
De 4 a 15 de janeiro, o time irá trabalhar em Londrina, norte paranaense. No dia seguinte, embarca para a capital equatoriana, localizada a 2,8 mil metros. Serão sete dias de treinamento até 23 de janeiro, data do jogo. 
Mello já convive há quase 30 anos com as dificuldades da altitude. O batismo foi em 1983, como preparador da Seleção Brasileira sub-20 campeã mundial no México. 
De tanto viajar para cidades que ficam muito acima do nível do mar, ele aprendeu que um organismo gastaria pelo menos 21 dias para se aclimatar à altitude. Como clube algum dispõe desse tempo, é feito, durante uma semana, um trabalho de adaptação, que permite ao atleta se adequar a dificuldades como maior velocidade da bola e hiperventilação (respiração muito rápida).
— Náusea e mal-estar são sensações muito comuns na altitude. Mas o jogador vai melhorando a cada dia — avalia o preparador. 
Uma das passagens mais recentes pela altitude foi com o Flamengo, na primeira fase da Libertadores deste ano. O time realizou preparação de oito dias nos 4,1 mil metros da boliviana Potosí, antes de enfrentar o Real Potosí. 
A derrota por 2 a 1 não abalou a convicção de Mello quanto aos benefícios de uma viagem antecipada. Sua contabilidade aponta mais vitórias do que derrotas à frente de clubes como Santos, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Palmeiras e Cruzeiro, sem contar seleções.
— Nunca precisamos usar um cilindro de oxigênio — orgulha-se Mello. 
Com títulos de campeão da Libertadores e da Copa Sul-Americana no currículo, a LDU era o adversário mais temido pelo Grêmio no sorteio de grupos. É respeitada mesmo que enfrente um momento de remontagem de time.
— A sorte, no que tange à primeira fase, não favoreceu. Conhecemos a LDU, sabemos do potencial, tem a altitude. Mas é aquela coisa: quem vai com o objetivo de chegar à final e ser campeão não pode escolher adversários — disse o presidente Fábio Koff. 
Para Luxemburgo, só o que resta é colocar a LDU na cabeça e dar início a uma forte preparação. 
— É um jogo difícil, contra um adversário de tradição. Agora realmente começou a Libertadores. Nós caímos no grupo do Fluminense, mas temos que passar pela primeira fase. Não tem moleza — disse o técnico. 
Luxemburgo, Koff e o executivo de futebol Rui Costa tinham viagem de volta à Capital marcada para o início da noite de ontem, no avião de propriedade do treinador.

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