A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) mandou recolher os exemplares do livro “Enquanto o sono não vem”, de autoria de José Mauro Brant, que estavam nas Escolas Municipal de Ensino Fundamental. Conforme o secretário Municipal de Educação, Emerson Barreto Ortiz, na semana passada, 7/6, a SEMED recebeu os exemplares junto a outros do gênero. A obra chegou a ser encaminhada as EMEFs, no entanto, após serem avisados sobre o recolhimento dos exemplares, bem como sobre o seu conteúdo, a Secretaria solicitou as escolas a devolução. “Os livros nem chegaram a ser catalogados. Logo, não chegaram às mãos das crianças”, disse Ortiz.
Ainda conforme o secretário, até amanhã, 14/6, todos os exemplares devem ser recolhidos. “Eles vão ser recolhidos e devolvidos”, frisou.
Entenda
Com base em parecer técnico da Secretaria de Educação Básica (SEB), o ministro da Educação, Mendonça Filho, decidiu recolher mais de 90 mil exemplares do livro “Enquanto o sono não vem”, distribuídos pelo Programa de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) para alunos de primeiro, segundo e terceiro anos do ensino fundamental das escolas públicas.
Narrativa
A decisão do ministro é baseada em um parecer técnico da Secretaria de Educação Básica (SEB), que considera a obra não adequada para as crianças de sete a oito anos do ensino fundamental, pela abordagem do tema incesto. O conto “A triste história de Eredegalda” trata do desejo de um rei em casar com a mais bonita de suas três filhas. Diante da negativa, a menina é castigada e termina morrendo de sede.
Obra
Selecionada em 2014, na gestão Dilma Rousseff, a obra foi avaliada e aprovada pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, instituição de referência nas áreas de alfabetização e literatura no país. O livro compõe o PNLD/Pnaic, que seleciona obras literárias para contribuir com os processos de alfabetização e letramento de alunos do ensino fundamental das escolas públicas.
Inadequação
Depois da análise, a Secretaria de Educação Básica do MEC concluiu pela inadequação da obra à faixa etária a que se destinou o livro, recomendando o recolhimento e a redistribuição para bibliotecas públicas em todo o país. A atual gestão do MEC está revendo todo o processo de seleção dos livros didáticos e paradidáticos, visando à melhoria da qualidade da educação brasileira.
Karine Ruviaro
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