A divulgação do depoimento de executivos da Odebrecht S/A dentro dos acordos de delação premiada, entre eles a do diretor-superintendente de concessões da Odebrecht Ambiental, Guilherme Paschoal, trouxe novas e contundentes informações sobre o envolvimento do deputado estadual Frederico Antunes (PP) e do prefeito Ronnie Mello (PP), à época vereador, no repasse de recursos provenientes de caixa 2 da empresa.
Em um depoimento de 20 minutos, Paschoal contou em detalhes como, em reuniões que ocorreram em Porto Alegre, negociou contribuições para as campanhas eleitorais de 2014, para Frederico Antunes, e para Ronnie Mello, entre os meses de maio e julho daquele ano.
Frederico Antunes
De acordo com Paschoal, o encontro com Frederico foi no gabinete do deputado na Assembleia Legislativa. Na ocasião, Frederico solicitou apoio para a campanha eleitoral de 2014. Paschoal contou que, naquele dia, não foi informado a Frederico o valor da doação, que foi posteriormente decidido por outro executivo do grupo, superior hierárquico de Paschoal e também delator, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis.
“Frederico já era deputado estadual à época e já havia recebido outras contribuições do Grupo Odebrecht de via oficial e não oficial. Houve a solicitação, por ele, que a gente o apoiasse mais uma vez na campanha de 2014, e o encontro foi agendado para acontecer na própria Assembleia Legislativa do Estado. Eu estive na Assembleia, no gabinete no senhor Frederico Antunes para indicar nosso apoio e confirmar que a gente precisava do apoio do Frederico Antunes. O Frederico Antunes é um deputado influente e que poderia ajudar a gente a manter a estabilidade e equilíbrio na base do PP lá de Uruguaiana, que era um apoio que a gente precisava contra todas as diversidades que a gente passava. O Frederico Antunes se mostrou sempre favorável... ele entendeu a necessidade de que também apoiasse a gente com mais ênfase na base dele. Sempre se colocou à disposição e ajudou de fato”, explicou Paschoal.
Paschoal contou que os dados para entrega do valor foram repassados por ele próprio a um assessor de Frederico, em um encontro no Aeroporto Salgado Filho, em agosto daquele ano. Na ocasião, Frederico teria recebido R$ 70 mil e a entrega ocorreu em um endereço em Porto Alegre. Ainda conforme Paschoal, Antunes, cujo codinome era ‘Zorro’, já tinha conhecimento de todos os procedimentos adotados pela empresa para tais situações e sabia que os valores eram oriundos de Caixa 2.
Ronnie Mello
O encontro com Ronnie ocorreu em um hotel próximo ao Aeroporto Salgado Filho. Conforme Paschoal, Ronnie, que tinha o codinome de ‘Bebê’, sempre teve seu posicionamento em defesa da empresa na região reconhecido nos mais diversos escalões. “Foi um subordinado que me ligou e disse que eu precisa conhecer o Ronnie Mello, que era importante, e que o Ronnie Mello gostaria de conversar sobre a campanha dele. Marcou uma reunião em Porto Alegre... Chamei o Ronnie para tomar um café em outra mesa e conversei sozinho com o Ronnie... Ele solicitou apoio para a campanha e eu disse que ia levar a demanda dele até o meu superior para ver como contribuiríamos e disse a ele que a contribuição seria de Caixa 2 e expliquei a ele a razão. Foi uma conversa rápida. Levei a proposta nos dias seguintes ao Fernando e expliquei a ele quem era Ronnie Mello. Ele concordou e foram definidos os valores das contribuições... Quando recebi as informações, devido à distância, repassei a um emissário o endereço, a senha, a data e hora, e o emissário fez chegar até o Ronnie as informações para retirada do valor, também em Porto Alegre”, disse.
Outros políticos
As informações tornadas públicas também dizem respeito aos valores repassados a outros políticos, quatro dos quais comunicadores do rádio e que valeram-se de sua audiência para aventurar-se na carreira política, em tese, na defesa dos interesses da população, conforme tabela.
Cápua
A contribuição recebida por Ronnie Mello, da Cápua Engenharia, e denunciada pelo ex-secretário de Schneider, Fernando Alves, não faz parte das contribuições consideradas “Caixa 2”.
Ao Jornal CIDADE, e também através de notas oficiais e pronunciamentos públicos, todos os beneficiados, à exceção de Egídio Carvalho, alegaram desconhecer o conteúdo das delações ou atacaram as autoridades judiciais, acusando-as de atuação política, e negaram o recebimento de qualquer valor não declarado para suas campanhas eleitorais. Egídio alegou ter recebido valores por conta de do exercício de sua profissão de radialista.
Procurada pelo Jornal CIDADE, a Odebrecht S/A disse que é responsabilidade da Justiça a avaliação dos relatos de seus executivos e ex-executivos, e está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países onde atua. A empresa já reconheceu seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça, e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.
Em um depoimento de 20 minutos, Paschoal contou em detalhes como, em reuniões que ocorreram em Porto Alegre, negociou contribuições para as campanhas eleitorais de 2014, para Frederico Antunes, e para Ronnie Mello, entre os meses de maio e julho daquele ano.
Frederico Antunes
De acordo com Paschoal, o encontro com Frederico foi no gabinete do deputado na Assembleia Legislativa. Na ocasião, Frederico solicitou apoio para a campanha eleitoral de 2014. Paschoal contou que, naquele dia, não foi informado a Frederico o valor da doação, que foi posteriormente decidido por outro executivo do grupo, superior hierárquico de Paschoal e também delator, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis.
“Frederico já era deputado estadual à época e já havia recebido outras contribuições do Grupo Odebrecht de via oficial e não oficial. Houve a solicitação, por ele, que a gente o apoiasse mais uma vez na campanha de 2014, e o encontro foi agendado para acontecer na própria Assembleia Legislativa do Estado. Eu estive na Assembleia, no gabinete no senhor Frederico Antunes para indicar nosso apoio e confirmar que a gente precisava do apoio do Frederico Antunes. O Frederico Antunes é um deputado influente e que poderia ajudar a gente a manter a estabilidade e equilíbrio na base do PP lá de Uruguaiana, que era um apoio que a gente precisava contra todas as diversidades que a gente passava. O Frederico Antunes se mostrou sempre favorável... ele entendeu a necessidade de que também apoiasse a gente com mais ênfase na base dele. Sempre se colocou à disposição e ajudou de fato”, explicou Paschoal.
Paschoal contou que os dados para entrega do valor foram repassados por ele próprio a um assessor de Frederico, em um encontro no Aeroporto Salgado Filho, em agosto daquele ano. Na ocasião, Frederico teria recebido R$ 70 mil e a entrega ocorreu em um endereço em Porto Alegre. Ainda conforme Paschoal, Antunes, cujo codinome era ‘Zorro’, já tinha conhecimento de todos os procedimentos adotados pela empresa para tais situações e sabia que os valores eram oriundos de Caixa 2.
Ronnie Mello
O encontro com Ronnie ocorreu em um hotel próximo ao Aeroporto Salgado Filho. Conforme Paschoal, Ronnie, que tinha o codinome de ‘Bebê’, sempre teve seu posicionamento em defesa da empresa na região reconhecido nos mais diversos escalões. “Foi um subordinado que me ligou e disse que eu precisa conhecer o Ronnie Mello, que era importante, e que o Ronnie Mello gostaria de conversar sobre a campanha dele. Marcou uma reunião em Porto Alegre... Chamei o Ronnie para tomar um café em outra mesa e conversei sozinho com o Ronnie... Ele solicitou apoio para a campanha e eu disse que ia levar a demanda dele até o meu superior para ver como contribuiríamos e disse a ele que a contribuição seria de Caixa 2 e expliquei a ele a razão. Foi uma conversa rápida. Levei a proposta nos dias seguintes ao Fernando e expliquei a ele quem era Ronnie Mello. Ele concordou e foram definidos os valores das contribuições... Quando recebi as informações, devido à distância, repassei a um emissário o endereço, a senha, a data e hora, e o emissário fez chegar até o Ronnie as informações para retirada do valor, também em Porto Alegre”, disse.
Outros políticos
As informações tornadas públicas também dizem respeito aos valores repassados a outros políticos, quatro dos quais comunicadores do rádio e que valeram-se de sua audiência para aventurar-se na carreira política, em tese, na defesa dos interesses da população, conforme tabela.
Cápua
A contribuição recebida por Ronnie Mello, da Cápua Engenharia, e denunciada pelo ex-secretário de Schneider, Fernando Alves, não faz parte das contribuições consideradas “Caixa 2”.
Ao Jornal CIDADE, e também através de notas oficiais e pronunciamentos públicos, todos os beneficiados, à exceção de Egídio Carvalho, alegaram desconhecer o conteúdo das delações ou atacaram as autoridades judiciais, acusando-as de atuação política, e negaram o recebimento de qualquer valor não declarado para suas campanhas eleitorais. Egídio alegou ter recebido valores por conta de do exercício de sua profissão de radialista.
Procurada pelo Jornal CIDADE, a Odebrecht S/A disse que é responsabilidade da Justiça a avaliação dos relatos de seus executivos e ex-executivos, e está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países onde atua. A empresa já reconheceu seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça, e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.
Gabriela Barcellos
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