Nestor Tipa Júnior
Segundo estudo divulgado pela Agência Nacional das Águas (ANA) em parceria com a Embrapa, a área irrigada por pivô no Brasil é de 1,275 milhão de hectares com cerca de 20 mil pivôs centrais instalados. O crescimento de 2006 para 2014, de acordo com o estudo, foi de 43% no uso da tecnologia. Neste cenário, a importância de monitoramentos de sistemas de irrigação se tornou indispensável para a eficácia do processo.
Conforme o engenheiro Marcio Albuquerque, diretor da Falker Automação Agrícola, a maioria dos produtores que utiliza a irrigação ainda não faz o controle efetivo das áreas a serem irrigadas. “Não existe uma metodologia de acompanhamento. Hoje grande parte dos produtores faz a irrigação sem ter dados e parâmetros de quanto é preciso irrigar, podendo estar desperdiçando água e energia elétrica ou até estar irrigando menos que o necessário, perdendo em produtividade”, salienta.
A empresa desenvolveu um novo sistema de monitoramento e controle dos níveis de umidade do solo. Um sensor é instalado na lavoura com uma antena de rádio de 50 centímetros. Estas antenas formam uma rede que transmite a informação até chegar a um ponto ligado à uma estação central na fazenda, onde se concentram os dados de toda a propriedade. “Hoje o produtor instala o sensor, deixa no campo, e sempre que for realizar a medição tem que ir ao local para conectar o sensor. Com o novo sistema, teremos uma informação atualizada sobre a distribuição da umidade”, explica Albuquerque.
Para o diretor da Falker, o grande diferencial deste sistema é a precisão nas informações que chegam aos produtores sobre como está a umidade do solo em diversos pontos da lavoura. “Existem tecnologias importadas que colocam seu sensor ao lado de uma estação meteorológica, no nosso sistema será sem fio e teremos a informação de dezenas de pontos cobrindo uma área, permitindo conhecer a variação da umidade, pois ela não é uniforme. Teremos áreas mais úmidas e outras menos, e o produtor poderá ter um sistema para controlar esta irrigação”, salienta.
Segundo o especialista, outra inovação consiste no acompanhamento remoto de qualquer lugar onde o produtor estará, já que o sistema está disponível para acesso mobile. “Algumas marcas de pivô já tem aplicativos para ligar o equipamento via internet. Mas com que base ele toma esta decisão? Se eu tenho uma forma de monitorar o comportamento da umidade eu tenho como tomar esta decisão”, afirma.
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