quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Uruguaianenses eram mantidas em cárcere privado em Curitiba


Uma mulher de 53 anos e um homem de 46 foram presos em Curitiba suspeitos de manter em cárcere privado uma jovem de 20 anos e uma adolescente de 15. Segundo a Polícia Civil, eles ainda forçavam as vítimas a trabalhar em atividades domésticas sem qualquer remuneração, e há suspeita de abuso sexual.
Erminia de Almeida Moura e José Pedro Medeiros de Borges foram presos no sábado (22) no bairro Atuba, após a polícia ser acionada por vizinhos da casa onde as vítimas eram mantidas – segundo testemunhas, elas ficavam em uma edícula localizada nos fundos do terreno. De acordo a polícia, as jovens aproveitaram que o casal havia saído e esquecido as chaves em local acessível e pediram ajuda na vizinhança.
Segundo as investigações, a menina de 20 anos é sobrinha da mulher que a mantinha em cárcere há seis meses. Já a adolescente, que não tinha relação de parentesco, vinha sendo vítima da mesma prática há pelo menos dois anos. A polícia apurou que as duas jovens são de Uruguaianae tinham vindo a Curitiba com intenção de estudar. O casal que também é de Uruguaiana levou as meninas para lá com promessas de melhoria de vida. 
Uma vizinha que preferiu não ser identificada falou que a mulher suspeita não mantinha um bom relacionamento com os demais moradores da rua. “Ela era sempre fechada. Só o que sabíamos era que quando ela se mudou para cá era casada com um militar aposentado, que sofria de esclerose. Esse rapaz já morava com eles, e continuou morando após a morte do marido”, contou.
De acordo com a polícia, a mulher mantinha um relacionamento com este homem, que é suspeito ainda de abusar das jovens. As vítimas relataram que, em pelo menos uma ocasião, o homem colocou medicamento na comida delas e as estuprou. “Elas contaram que eles batiam nelas, e que ele deu Rivotril para estuprá-las”, relatou a vizinha.
As vítimas fizeram exames no Instituto Médico-Legal (IML) para verificar as denúncias de estupro. A polícia não soube informar para onde elas foram levadas, mas, segundo a vizinha, elas estão em uma das casas dos moradores do entorno. A mulher suspeita foi encaminhada para um centro de triagem, e o homem está detido na Delegacia de Homicídios.
A polícia busca agora mais detalhes sobre o período em que as vítimas ficaram aprisionadas, e também a localização da família. Segundo testemunhas, elas eram obrigadas a ligar para casa e mentir que tudo transcorria bem. “Parece que eles ameaçavam matar as meninas e as famílias se elas contassem para alguém”, disse.

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