A Santa Casa de Caridade em parceria com a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), nos próximos dias, disponibilizará para a comunidade uruguaianense atendimento por uma doula a mulheres em trabalho de parto.
Historicamente a palavra doula foi utilizada para descrever aquela que assiste a mulher em casa após o parto, auxiliando no cuidado com o bebê e os afazeres domésticos. Atualmente possui vertente mais técnica ancorada em saberes biomédicos, e norteada pela humanização da assistência obstétrica.
A doula é uma profissional acompanhante de parto, que funciona como suporte físico e psicológico da mulher que passa pelo trabalho de parto e nascimento. A doula não realiza procedimentos médicos e nem de enfermagem, nem substitui a presença do acompanhante e em momento algum decide pela gestante. Durante o pré-natal sua função é orientar a gestante, mostrar caminhos, apresentar e fazer com que entenda suas opções, informá-la sobre as conseqüências, auxiliá-la no preparo do plano de parto, e preparar a gestante e também o acompanhante para o momento do TP e nascimento.
Durante o TP e nascimento, a doula é responsável por preparar o ambiente, proporcionar conforto à parturiente, mantê-la tranqüila e relaxada, em contato com o seu interior. Tem ainda como atribuição orientar as mulheres e famílias sobre a possibilidade de utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor, estando atenta para as necessidades específicas de cada mulher garantindo suas escolhas e respeitando a fisiologia do parto. “Espera-se como produto final desse evento fisiológico uma experiência transformadora para a mulher, que o vínculo entre mãe e bebê seja fortalecido pela intensidade do momento, pelo coquetel de hormônios, pelo contato pele a pele entre ambos no primeiro momento após o nascimento do bebê”, ressalta o médico Flávio Ávila. A doula pode e deve no pós-parto prestar todas as informações pertinentes à puérpera em relação ao AM, bem como proporcionar um ambiente tranquilo para que a mulher relaxe e consiga amamentar sem maiores dificuldades.
Esta ação tem como objetivo diminuir o índice de cesarianas buscando aproximar-se do recomendado pela OMS que é de 15%. Hoje, no Brasil, 52% dos bebês nascem por cirurgias cesarianas, chegando a 88% na rede privada.
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