sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Painel

Briga de foice... 
O começo do horário eleitoral gratuito e as aparições mais frequentes dos candidatos deram início às tradicionais batalhas de representações. O Coordenador da campanha do PMDB local exibia, ontem, para quem quisesse ver ou ouvir uma gravação em que um morador de vila recentemente inaugurada denunciava que tinha sido ameaçado pelo próprio Prefeito Felice de que, se não votasse no candidato oficial, perderia a sua casa. 

...no escuro 
O País ufana-se das urnas eletrônicas e da saúde da sua democracia, mas ainda não acredita na sua população, e, menos, ainda, nos seus políticos. A legislação eleitoral é a mais retrógrada do mundo, por culpa dos próprios políticos que, ou deixam lacunas na legislação mal elaborada, ou não gostam de alterar Resoluções baixadas pelos juízes, através de leis, que regulem o processo eleitoral. O resultado é o amontoado de desatinos e de brigas desnecessárias. 

Resistência 
Comando de campanha do PMDB e da coligação que ele lidera não conseguiu agradar a militância que se jogou na campanha de Kiko Barbará. As saídas do candidato para visitar lideranças de outros municípios e colher experiências que deram certo nessas localidades são vistas como excesso de zelo, para quem, primeiro, tem que conquistar a Prefeitura. As vozes discordantes dizem que as ações do candidato mostram maturidade e preocupação com o futuro governo do município. 

Dinheiral 
Mesmo com as limitações impostas pela legislação absurda, que norteia o processo eleitoral, há dinheiro demais correndo em algumas campanhas. Não se sabe bem de onde sai tanto dinheiro, nem se sabia que empresários e povo de Uruguaiana gostavam tanto de contribuir com partidos e candidatos. É o progresso? 

Os dez mais 
Os dez maiores colégio eleitorais do Rio Grande do Sul, segundo fontes do Tribunal Regional Eleitoral – TRE, são, pela ordem: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, São Leopoldo e Viamão. 

Saúde e Califórnia 
Ao tentar responder à eficiente manifestação do candidato Lourival Gonçalves, o Prefeito voltou a culpar a classe médica pelas deficiências na saúde e atirou nas costas do candidato pedetista o desaparecimento da Califórnia. Os dirigentes da coligação vão esclarecer em futuros programas (é o que se alardeia) que o problema da saúde é a arrogância do Prefeito, e a culpa pela ausência da Califórnia é a falta de verbas, para as quais o município só participa mesmo, quando o Prefeito pode mandar. 

Site 
Está no site do TRE: Transparência e segurança são dois dos valores cultivados pela Justiça Eleitoral gaúcha. Com base nesses valores e buscando garantir a legitimidade do processo eleitoral, o TRE estimula instituições representativas da sociedade no âmbito político a exercerem seu direito de fiscalizar os procedimentos preparatórios para as eleições deste ano. A segurança do processo eletrônico de votação requer a participação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e dos partidos políticos no acompanhamento das diversas etapas da votação eletrônica, que devem conduzir - mais uma vez - a um pleito limpo e claro, com resultados fidedignos à vontade do eleitorado. 

Se a moda pega 
Que os candidatos majoritários de Uruguaiana não façam a mesma coisa que o candidato Geraldo Júlio, em Pernambuco. É que desde o momento em que anunciou a retirada dos seus quatro mil cavaletes das calçadas do Recife, uma pergunta pairou no ar: se a realidade das pesquisas fosse diferente - apontando o candidato na quarta colocação, por exemplo - haveria essa estratégia? Outra: será que ele fez isso para ajudar os pedestres da capital pernambucana? Pode até ser que sim, mas essa justificativa é retórica. Na verdade, os cavaletes têm se transformado num dos principais alvos de queixas do eleitorado. Já existe, inclusive, um movimento de "desobediência civil" rolando nas redes sociais, intitulado "chute um cavalete". É óbvio que unir-se a esse coro atrai mais simpatia ao palanque de qualquer candidato. E no quesito "popularidade", o marketing do candidato é, de longe, o mais eficiente. Tanto que dois candidatos a vereador daquela capital já pegaram carona na estratégia do seu majoritário, anunciando também que estão abrindo mão das suas peças publicitárias. Imaginem se a moda pega por aqui... 

Mensalão 
O julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão) foi retomado ontem, 5, no Supremo Tribunal Federal. Iniciou com a conclusão da leitura do voto do ministro-revisor, Ricardo Lewandowski. No total, já foram 18 sessões em um mês. Os ministros estão na segunda etapa do processo - são sete, no total -, que envolve 38 réus. O julgamento começou com 11 ministros, mas agora só dez estão presentes, pois Cezar Peluso deixou a Corte ao se aposentar compulsoriamente na sexta-feira. Ricardo Lewandowski conclui nesta quarta-feira a leitura do item que se refere ao crime de gestão fraudulenta de instituição financeira imputado a ex-dirigentes do Banco Rural. Após a conclusão do voto de Lewandowski, votarão mais oito ministros, na seguinte ordem: Rosa Maria Weber, Luiz Fux, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto, o presidente da Corte Suprema. 

Arrastões 
Pelo menos duas campanhas começaram filmar eventos das outras, para descobrir quem vai nos arrastões, quem participa dos “bandeiraços” e das caminhadas pelas vilas e bairros, atrás de votos. Além da curiosidade de saber quem está com quem, há minúcias mais importantes: quantos desempregados têm Uruguaiana ou quantos empregados estão sem comparecer ao trabalho? 

Eliana 
Depois de dois anos, a ministra Eliana Calmon deixa o cargo de corregedora-geral de Justiça. Foi na última terça-feira, 4. O término de sua gestão foi lembrado na noite de terça-feira, no final da sessão do Conselho Nacional de Justiça. A ilustre ministra Eliana Calmon ganhou projeção nacional quando disse que era preciso ter cuidado com os "bandidos de toga". A declaração foi divulgada em entrevista no ano passado, pouco antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir até onde o CNJ poderia ir na investigação de magistrados. Na época, a corregedora foi criticada por grande parcela da magistratura nacional e, em especial, pelo então presidente do CNJ e do STF, Cezar Peluso, que classificou as declarações da corregedora de "levianas". Outro episódio polêmico relacionado a Eliana Calmon foi a decisão de investigar indícios de irregularidades no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Maior corte do país, por onde circula cerca de 60% dos processos, o tribunal é conhecido pelo perfil conservador e avesso a interferências externas. A ministra sai e já deixa enorme saudade. 

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