domingo, 12 de fevereiro de 2012

“Prefeito entregou a vinícola a forasteiros prejudicando produtores locais”, diz presidente da Cooperativa

A Casa Valduga, de Bento Gonçalves, acertou recentemente a aquisição da cantina da Cooperativa Vinoeste, no distrito de São Marcos, em Uruguaiana. A Câmara de Vereadores aprovou os termos de transferência dos equipamentos, área de terras e instalações por um período de 20 anos, com possibilidade de renovação por mais 20. De acordo com a lei, sancionada pelo vice-prefeito em exercício naquele dia, Luiz Augusto Schneider, a Valduga não pode se desfazer do patrimônio nem dá-lo como garantia de negócios, além de se comprometer a preservar os 38 hectares com parreirais e ampliar a área de cultivo, fornecendo tecnologia a quem queira se dedicar à vitivinicultura. Também faz parte do acordo o incremento do plantio de frutas cítricas e a produção de sucos, além do cultivo de uvas em uma área de 5 hectares, junto à Escola Agrícola de Uruguaiana, que começará a funcionar no segundo semestre deste ano. Com a transferência da cantina e dos equipamentos antes utilizados pela Cooperativa, dezenas de produtores de uva de Uruguaiana foram prejudicados. Segundo o presidente da Cooperativa, Hamilton Fortes, 40 mil litros de vinho estão guardados em tonéis e não têm a quem serem vendidos. O presidente explica que a Cooperativa perdeu seus equipamentos e local de trabalho e por isso, não tem como continuar atuando. Ele ressalta que para que Uruguaiana tivesse a sua vinícola, houve empreendimento de recursos dos Governos Federal e Municipal. Assim, o dinheiro da União e dos cofres da Prefeitura foram parar nas mãos de uma empresa forasteira e que não se compromissou nem mesmo em comprar os 40 mil litros já produzidos pela Cooperativa. De acordo com Hamilton, os produtores investiram na vinícola cerca de 200 mil reais com a expectativa de dobrar o valor em lucros. Este crescimento viria a longo prazo. Com a transferência da vinícola à Valduga, a Cooperativa ficou com dívidas enormes. Seus produtores têm a esperança de vender suas uvas à Valduga, mas antecipam que a fruta uruguaianense será levada para centro do Estado, onde de fato será produzido o vinho.

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