O Banco de Sangue de Uruguaiana dá inicio no próximo dia 15, a Campanha de Doação de Medula Óssea. Durante dois dias, a comunidade será mobilizada através de várias ações. Para ajudar na campanha, o Banco de Sangue recebeu do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, 500 kits para a coleta de material. Os profissionais do setor estarão recolhendo doações das 8h às 18h, na Praça Barão do Rio Branco. O número de doadores de medula óssea cadastrados no Brasil cresce a cada ano. Mas a diversidade étnica do país, com a mistura de descendentes de tantos povos, acaba tornando mais complicado encontrar doadores compatíveis. Atualmente, 1.200 pessoas esperam por uma doação.
Com 2,2 milhões de inscritos no registro de doadores de medula óssea, o Brasil ocupa o terceiro lugar mundial, atrás dos os Estados Unidos, com nove milhões de doadores, e da Alemanha, com 5 milhões. Em um congresso recentemente, especialistas discutiam como aumentar e tornar mais eficiente o registro de doadores brasileiros. “Essa mistura que ocorreu no Brasil pelas correntes de imigração dificultam muito se encontrar um doador no exterior (...) Precisamos ter muito doadores, mas precisamos ter doadores vindo de todas as regiões do país, para que a gente possa ter a representatividade da própria população brasileira", explicou o coordenador do Centro de Transplante de medula óssea do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luiz Bouzas. Por outro lado, essa mesma diversidade genética torna os brasileiros importantes para o cadastro mundial. O país é tão diversos que se pode encontrar doadores compatíveis para brasileiros, alemães, japoneses ou africanos.
O que é transplante de medula óssea?
É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
Quando é necessário o transplante?
Em doenças do sangue como a Anemia Aplástica Grave, Mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a Leucemia Mielóide Aguda, Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia Linfóide Aguda. No Mieloma Múltiplo e Linfomas, o transplante também pode ser indicado.
Anemia Aplástica: É uma doença que se caracteriza pela falta de produção de células do sangue na medula óssea. Apesar de não ser uma doença maligna, o transplante surge como uma saída para 'substituir' a medula improdutiva por uma sadia.
Leucemia: É um tipo de câncer que compromete os glóbulos brancos (leucócitos), afetando sua função e velocidade de crescimento. Nesses casos, o transplante é complementar aos tratamentos convencionais.
O que a população pode fazer para ajudar os pacientes?
Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro (Banco de Sangue), onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.
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