Foto: Fernando Dias/Seapi |
A Associação Brasileira de Angus emitiu posição formal sobre o projeto de retirada na vacinação contra a febre Aftosa
No documento, a entidade explica que “entende que a suspensão da imunização seria um ótimo caminho se houvesse condições de realizar o processo sem risco ao rebanho bovino brasileiro. Contudo, frente ao atual cenário político e econômico nacional, a associação manifesta-se contrária à iniciativa”.
No documento, a entidade explica que “entende que a suspensão da imunização seria um ótimo caminho se houvesse condições de realizar o processo sem risco ao rebanho bovino brasileiro. Contudo, frente ao atual cenário político e econômico nacional, a associação manifesta-se contrária à iniciativa”.
Razões
A nota é composta ainda pelas razões que embasaram o posicionamento da Associação. Para a entidade:– O Brasil atravessa um período de crise econômica com recessão e falta de recursos públicos para investimentos básicos, como saúde e segurança pública. Desta forma, é difícil acreditar que haverá suplementação de verba para viabilizar todo o controle necessário para garantir o cumprimento das regras de trânsito de animais conforme determina a legislação em caso de retirada da vacinação. Vigilância que torna-se ainda mais frágil se considerarmos as imensas fronteiras secas existentes entre o Brasil e os demais países do Mercosul.
– Retirar a vacinação nos moldes propostos é correr um risco enorme que não trará grandes vantagens à pecuária nacional. O manejo do processo de imunização já faz parte da rotina dos criatórios e sua supressão em muito pouco reduzirá custos. Muito pelo contrário, colocará todo o rebanho sob ameaça sem necessidade.
– A vacinação contra febre aftosa não tem impedido que a carne brasileira atinja aos mais diversos mercados nos cinco continentes. Atualmente, há uma demanda imensa pela nossa carne premium no exterior que nem mesmo consegue ser atendida pela indústria nacional.
– Em caso de ocorrência de um foco da doença, a legislação prevê uso do rifle sanitário e indenização dos animais sacrificados sem, porém, considerar a existência de exemplares de valor zootécnico superior e, consequentemente, sem o respectivo reembolso diferenciado. Desta forma, o procedimento poderia ameaçar planteis de valor imensurável para a genética Angus do Brasil, incluindo reprodutores que carregam consigo mais de 100 anos de melhoramento da raça e adaptação ao país.
– A retirada da vacinação não é unanimidade dentro do Mercosul uma vez que há consciência sobre as fragilidades a que os animais ficam expostos sem a imunização.
– A retirada da vacinação como previsto pelo plano do Ministério da Agricultura seria feita de forma escalonada e por regiões, o que não é bom para as negociações internas da pecuária nacional. Tal processo dificultará a circulação dos bovinos exatamente em um período em que a raça Angus está se disseminando pelo Brasil com trânsito de terneiros e reprodutores.
Diante do exposto e, independente de nosso posicionamento, a Associação Brasileira de Angus mantém-se disponível para a discussão do assunto, colaborando para o desenvolvimento da pecuária nacional.
Campanha
A segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul teve início no último dia 1º e se estende até o dia 30 de novembro. Deverão ser imunizados bovinos e bubalinos de zero a 24 meses de idade, que no Estado somam aproximadamente cinco milhões de animais. A meta da secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação é chegar a uma cobertura vacinal superior a 90%. A primeira etapa, em maio, teve cobertura vacinal de 98,92% do rebanho.Os produtores devem adquirir as doses necessárias para a vacinação do rebanho em casas agropecuárias credenciadas pela Seapi para a comercialização da vacina contra a febre aftosa. Após a aplicação da vacina, todos os produtores deverão comprovar a vacinação através da apresentação da nota fiscal de compra e declaração da quantidade de animais vacinados, por categoria, nas Inspetorias de Defesa Agropecuária da Secretaria. O prazo máximo para a comprovação da vacinação é de cinco dias úteis após o término da etapa.
Gabriela Barcellos
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