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Ao todo, cinco pessoas foram denunciadas
pelo promotor Luiz Antônio Barbará
Foto: Gabriela Barcellos/JC |
Anderson Rogério dos Santos Pinto, conhecido como ‘Xexéu’, e de Rodrigo Kunzler, o ‘Gringo’, os dois homens acusados de matar a jovem Patrícia Pinto dos Santos, de 17 anos à época do crime, foram denunciados pelo Ministério Público. Além deles outras três pessoas foram denunciadas pelo promotor Luiz Antônio Barbará Dias, titular da 1ª Promotoria Criminal.
Acusados
Anderson e Rodrigo são os principais suspeitos desde o início da investigação, comandada pelo delegado Enio Tassi, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Depois de três pedidos do Delegado, tiveram a prisão temporária decretada em abril. À época, Anderson foi preso e desde estão está recolhido à Penitenciária Modulada de Uruguaiana (PMEU). Já Rodrigo conseguiu fugir. Ao tomar conhecimento de que o rapaz poderia estar na região do Vale dos Sinos, Tassi acionou a Polícia Civil de Novo Hamburgo, onde Kunzler foi finalmente preso nesta terça-feira,6/6. Ele será transferido para Penitenciária Modulada nos próximos dias. Ao encerrar indiciar os dois, o Delegado solicitou a conversão da temporária em prisão preventiva, o que foi imediatamente concedido pelo Poder Judiciário e os dois deverão responder ao processo atrás das grades.
Para o Promotor está comprovado que Anderson e Rodrigo mataram a jovem Patrícia, na madrugada do dia seis de outubro do ano passado, na casa de Anderson, localizada na Alameda Celi Lisboa, bairro Áreas Verdes. Naquela noite, ela havia saído da casa da mãe, na Rua Prado Lima, acompanhada de uma amiga, para ir a um baile na boate ‘Pimenta com Limão’, localizada na zona do meretrício de Uruguaiana, junto à Cobec. Foi a última vez em que foi vista pela família.
O crime
De acordo com o MP, Patrícia e a amiga, Natalie Pereira da Silva, 18 anos à época, foram levadas por Anderson para a boate e lá encontraram Rodrigo. Ao longo da noite, a jovem teria consumido bebidas alcoólicas, cocaína e maconha e feito programas sexuais com Rodrigo e Anderson e ainda com outros clientes da boate, por intermédio dos acusados.
Na sequência, já bastante bêbada e drogada, Patrícia foi levada para a casa de Xexéu, para onde também foram Rodrigo e um terceiro homem, ainda não identificado. No local houve uma discussão por conta de dinheiro oriundo do tráfico, com Xexéu agredindo a vítima e perguntando “Onde está meu dinheiro, v@#$#@%#%” e ameaçando matá-la. Um dos homens presentes chegou a pedir que Xexéu parasse de agredir a vítima, mas instantes depois, as agressões continuaram. Patrícia então contou o dinheiro estava na carteira, mas Xexéu continuou a agredi-la, dizendo que estava faltando parte do valor. A jovem continuou sendo agredida, até que não gritou mais por socorro. A partir daquele momento, o trio tratou de limpar o local e Xexéu e Gringo cuidaram ainda de livrar-se do corpo da vítima.
Para o Promotor, tanto Xexéu quanto Gringo são responsáveis pelo crime, visto que o segundo ajudou a levar a jovem para o local onde foi morta, presenciou as agressões e não interviu para socorre-la e ainda auxiliou a ocultar o cadáver. No entanto, Barbará entende que não somente eles, mas também Natalie, a amiga, teve participação do crime, e acabou denunciando-a. “Na fase policial ela foi tratada como testemunha, mas analisando os fatos, meu entendimento é de que ela participou do crime de forma omissa”. Segundo ele, a jovem teve contribuição relevante no crime, na medida que podia ter evitado o resultado, bem como tinha a responsabilidade de impedi-lo, eis que estava na companhia da vítima, adolescente de 17 anos de idade. “Seu comportamento anterior, levando a vítima para xona do meretrício na companhia de indivíduos envolvidos com o tráfico de entorpecentes e com a exploração sexual de menores, bem como estimulando e apoiando que a vítima usasse drogas e bebidas alcoólicas, ficando em situação de vulnerabilidade, contribuiu criando o risco da ocorrência do resultado morte”, explica.
Qualificadoras
Tanto Anderson e Rodrigo, quanto Natalie, responderão por homicídio qualificado. Isso porque para o Promotor, o crime foi praticado por motivo torpe (represália e vingança de Anderson contra a vítima por ter mexido em sua carteira e supostamente retirado dinheiro que não havia devolvido integralmente); por motivo fútil (resultou de desentendimento banal e desproporcional ao resultado); com uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima (ela estava bêbada e drogada e os acusados estavam em superioridade numérica de agressores); por meio cruel (Patrícia foi violentamente espancada até morrer); foi cometido contra mulher (os dois primeiros denunciados menosprezavam a condição de mulher e adolescente da vítima, tratando-a como objeto de exploração sexual); o crime foi cometido para assegurar a impunidade de outros crimes (exploração sexual e submissão à prostituição, tráfico de drogas e fornecimento de bebidas alcoólicas para menores); o crime foi cometido em estado de embriaguez preordenada (Xexéu e Gringo estavam ingerindo bebidas alcoólicas e drogas, o que resultou na conduta violenta determinante).
Ocultação de cadáver
O crime de ocultação de cadáver é atribuído aos dois principais autores, Anderson e Rodrigo, e ao terceiro homem ainda não identificado. Eles limparam a casa e ocultaram o cadáver da vítima, de forma que até hoje não foi encontrado.
Tráfico de drogas
Anderson Rogério dos Santos Pinto e Rodrigo Kunzler também foram denunciados por tráfico de drogas. O primeiro é um conhecido traficante, inclusive com condenação por este crime. Na noite do crime, os dois forneceram drogas à vítima e à Natalie, facilitando assim sua exploração sexual.
Prostituição
Xexéu, Gringo e Natalie também responderão por favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de adolescente. Conforme o Promotor, o trio submeteu, induziu, atraiu e intermediou a prostituição e exploração sexual da vítima, além de Xexéu também ter feito programa com a menina, menor de idade.
Além deles, outro homem foi denunciado pelo mesmo crime. Altamin Lucero Benites, de 51 anos mantinha uma relação com a vítima, na qual lhe dava dinheiro e presentes, como roupas e perfumes, em troca de favores sexuais.
Bebidas alcoólicas
Além de Anderson, Rodrigo e Natalie, o Promotor também denunciou Lourdes Bezerra por fornecimento de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Ela é a dona da boate ‘Pimenta com Limão’, onde vendou bebidas à menor, acompanhada dos outros três denunciados.
Acusados
Anderson e Rodrigo são os principais suspeitos desde o início da investigação, comandada pelo delegado Enio Tassi, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Depois de três pedidos do Delegado, tiveram a prisão temporária decretada em abril. À época, Anderson foi preso e desde estão está recolhido à Penitenciária Modulada de Uruguaiana (PMEU). Já Rodrigo conseguiu fugir. Ao tomar conhecimento de que o rapaz poderia estar na região do Vale dos Sinos, Tassi acionou a Polícia Civil de Novo Hamburgo, onde Kunzler foi finalmente preso nesta terça-feira,6/6. Ele será transferido para Penitenciária Modulada nos próximos dias. Ao encerrar indiciar os dois, o Delegado solicitou a conversão da temporária em prisão preventiva, o que foi imediatamente concedido pelo Poder Judiciário e os dois deverão responder ao processo atrás das grades.
Para o Promotor está comprovado que Anderson e Rodrigo mataram a jovem Patrícia, na madrugada do dia seis de outubro do ano passado, na casa de Anderson, localizada na Alameda Celi Lisboa, bairro Áreas Verdes. Naquela noite, ela havia saído da casa da mãe, na Rua Prado Lima, acompanhada de uma amiga, para ir a um baile na boate ‘Pimenta com Limão’, localizada na zona do meretrício de Uruguaiana, junto à Cobec. Foi a última vez em que foi vista pela família.
O crime
De acordo com o MP, Patrícia e a amiga, Natalie Pereira da Silva, 18 anos à época, foram levadas por Anderson para a boate e lá encontraram Rodrigo. Ao longo da noite, a jovem teria consumido bebidas alcoólicas, cocaína e maconha e feito programas sexuais com Rodrigo e Anderson e ainda com outros clientes da boate, por intermédio dos acusados.
Na sequência, já bastante bêbada e drogada, Patrícia foi levada para a casa de Xexéu, para onde também foram Rodrigo e um terceiro homem, ainda não identificado. No local houve uma discussão por conta de dinheiro oriundo do tráfico, com Xexéu agredindo a vítima e perguntando “Onde está meu dinheiro, v@#$#@%#%” e ameaçando matá-la. Um dos homens presentes chegou a pedir que Xexéu parasse de agredir a vítima, mas instantes depois, as agressões continuaram. Patrícia então contou o dinheiro estava na carteira, mas Xexéu continuou a agredi-la, dizendo que estava faltando parte do valor. A jovem continuou sendo agredida, até que não gritou mais por socorro. A partir daquele momento, o trio tratou de limpar o local e Xexéu e Gringo cuidaram ainda de livrar-se do corpo da vítima.
Para o Promotor, tanto Xexéu quanto Gringo são responsáveis pelo crime, visto que o segundo ajudou a levar a jovem para o local onde foi morta, presenciou as agressões e não interviu para socorre-la e ainda auxiliou a ocultar o cadáver. No entanto, Barbará entende que não somente eles, mas também Natalie, a amiga, teve participação do crime, e acabou denunciando-a. “Na fase policial ela foi tratada como testemunha, mas analisando os fatos, meu entendimento é de que ela participou do crime de forma omissa”. Segundo ele, a jovem teve contribuição relevante no crime, na medida que podia ter evitado o resultado, bem como tinha a responsabilidade de impedi-lo, eis que estava na companhia da vítima, adolescente de 17 anos de idade. “Seu comportamento anterior, levando a vítima para xona do meretrício na companhia de indivíduos envolvidos com o tráfico de entorpecentes e com a exploração sexual de menores, bem como estimulando e apoiando que a vítima usasse drogas e bebidas alcoólicas, ficando em situação de vulnerabilidade, contribuiu criando o risco da ocorrência do resultado morte”, explica.
Qualificadoras
Tanto Anderson e Rodrigo, quanto Natalie, responderão por homicídio qualificado. Isso porque para o Promotor, o crime foi praticado por motivo torpe (represália e vingança de Anderson contra a vítima por ter mexido em sua carteira e supostamente retirado dinheiro que não havia devolvido integralmente); por motivo fútil (resultou de desentendimento banal e desproporcional ao resultado); com uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima (ela estava bêbada e drogada e os acusados estavam em superioridade numérica de agressores); por meio cruel (Patrícia foi violentamente espancada até morrer); foi cometido contra mulher (os dois primeiros denunciados menosprezavam a condição de mulher e adolescente da vítima, tratando-a como objeto de exploração sexual); o crime foi cometido para assegurar a impunidade de outros crimes (exploração sexual e submissão à prostituição, tráfico de drogas e fornecimento de bebidas alcoólicas para menores); o crime foi cometido em estado de embriaguez preordenada (Xexéu e Gringo estavam ingerindo bebidas alcoólicas e drogas, o que resultou na conduta violenta determinante).
Ocultação de cadáver
O crime de ocultação de cadáver é atribuído aos dois principais autores, Anderson e Rodrigo, e ao terceiro homem ainda não identificado. Eles limparam a casa e ocultaram o cadáver da vítima, de forma que até hoje não foi encontrado.
Tráfico de drogas
Anderson Rogério dos Santos Pinto e Rodrigo Kunzler também foram denunciados por tráfico de drogas. O primeiro é um conhecido traficante, inclusive com condenação por este crime. Na noite do crime, os dois forneceram drogas à vítima e à Natalie, facilitando assim sua exploração sexual.
Prostituição
Xexéu, Gringo e Natalie também responderão por favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de adolescente. Conforme o Promotor, o trio submeteu, induziu, atraiu e intermediou a prostituição e exploração sexual da vítima, além de Xexéu também ter feito programa com a menina, menor de idade.
Além deles, outro homem foi denunciado pelo mesmo crime. Altamin Lucero Benites, de 51 anos mantinha uma relação com a vítima, na qual lhe dava dinheiro e presentes, como roupas e perfumes, em troca de favores sexuais.
Bebidas alcoólicas
Além de Anderson, Rodrigo e Natalie, o Promotor também denunciou Lourdes Bezerra por fornecimento de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Ela é a dona da boate ‘Pimenta com Limão’, onde vendou bebidas à menor, acompanhada dos outros três denunciados.
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Patrícia tinha 17 anos quando desapareceu,
em outubro do ano passado.
Foto: Reprodução Facebook |
Depoimento
Ao longo da investigação policial, tanto Natalie quanto os dois principais acusados foram ouvidos várias vezes pelo delegado Enio Tassi. Em todas as ocasiões, confirmaram ter estado com Patrícia naquela noite, mas negaram participação no crime. Após a prisão de Anderson, ele foi novamente ouvido pelo Delegado e manteve a versão de inocência. No entanto, deverá ser novamente ouvido, desta vez pelo Promotor, que aguarda ainda a transferência de Kunzler para Uruguaiana, a fim de tomar seu depoimento também.
Gabriela Barcellos
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