sábado, 3 de dezembro de 2016

Onde está o dinheiro? Estado não deve nada à Santa Casa

Daiany Mossi e Nilson Corrêa

O prefeito Luiz Augusto Schneider esteve em Porto Alegre nesta semana, onde se reuniu com o secretário de Saúde do Estado, João Gabbardo dos Reis, na busca de dinheiro para a crise que assola a Santa Casa.
O administrador Geovane Cravo atribui a crise ao não pagamento de valores devidos pelo Estado e pelo Município, mas em dois anos de gestão, quadruplicou a folha de pagamento e endividou a instutuição em mais de R$ 40 milhões.
Schneider diz que o Município não deve o valor exorbitante cobrado pelo administrador, e ao cobrar o pagamento do secretário Gabbardo, foi surpreendido com a informação de que a conta com a Santa Casa está em dia. A informação de Gabbardo veio acompanhada de comprovantes de sequestros judiciais e relação de empenhos liquidados.
“Ratifico a inexistência de pendências de repasses financeiros, por parte da SES, a favor da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana”, disse o secretário em ofício enviado ao Prefeito.
À reportagem do CIDADE, o administrador Cravo reafirmou que o Estado deve R$ 2,2 milhões ao hospital, e por isso os salários estão atrasados, há dificuldade para compra de medicamentos e material, além de  adiamento de cirurgias eletivas.

Caixa preta
Durante a gestão da Santa Casa pelo município, o então provedor Lauro Delgado afirmou existirem segredos tão macabros que, se revelados, deixariam Uruguaiana estarrecida.
Nesta semana o Prefeito Schneider cobrou transparência e lançou uma série de perguntas que encaminhamos ao administrador: Qual o valor da folha de pagamento? Quantos são os funcionários? Quantas diretorias foram criadas? Qual o salário dos diretores? Qual o salário do administrador? Qual o resultado da auditoria noticiada? Que ações foram tomadas?
As perguntas continuam sem resposta, e a falta de transparência preocupa também a classe médica, que sequer teve vistas às três auditorias realizadas e quer saber onde está indo o dinheiro  faturado por serviços como o de cardiologia, radiologia, oncologia, entre outros.
Em recente reunião, enquanto o administrador era questionado, um médico passou mal, e outro se retirou em protesto.

Greve
Os funcionários da Santa Casa decidiram em assembleia geral na última quinta-feira, entrar em greve a partir de segunda-feira. Apenas 30% dos trabalhos serão mantidos.
Para o diretor do Sindisaúde, Rogério de Moraes, a intenção não é prejudicar pacientes, mas chamar a atenção das autoridades para a grave situação enfrentada pelo hospital, e buscar apoio da comunidade. Rogério lidera um movimento de funcionários descontentes com a gestão atual e que pede às autoridades públicas a intervenção administrativa como única forma de salvar a Instutuição do colapso.

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