terça-feira, 18 de outubro de 2016

Delegado indicia pai e mãe por homicídio qualificado

A menina Isadora, de um ano e meio, faleceu depois de dar entrada no pronto socorro vomitando sangue no último dia 1º

Gabriela Barcellos

O pai e a mãe da menina de um ano e meio que veio a óbito no último dia 1º depois, depois de dar entrada no Hospital Santa Casa de Caridade, vomitando sangue, foram indiciados por homicídio qualificado, pelo delegado Enio Tassi, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Isadora Pereira Mendonça foi levada ao pronto socorro municipal por uma conselheira tutelar, acompanhada pelo pai, depois que o órgão recebeu uma denúncia de maus tratos. Como a menina apresentava, de fato, sinais de maus tratos, um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. Conforme o Delegado, está claro que houve omissão dos pais, que tinham o dever de zelar pelo bem- -estar da menina, que já estava doente há dias, e ainda assim não fora socorrida por nenhum dos dois genitores. As investigações apontaram que, o pai da menina, Cristiano Pessano Mendonça, de 35 anos, era o responsável por cuidar de Isadora e da filha mais velha, de cinco anos, já que não trabalha. No dia do fato, segundo testemunhas, Cristiano ouvia música em casa, enquanto a filha passava mal em outro cômodo. Apesar de Isadora ter recebido uma determinação de internação hospitalar no dia anterior para tratar de problemas pulmonares, ele não a levou ao hospital. À Polícia ele contou que não tinha com quem deixar a filha mais velha, por isso não encaminhara Isadora ao hospital ou ao pronto socorro, e admitiu que ela começou a passar mal durante a madrugada. Já a mãe, Lucilene dos Santos Pereira, 32 anos, que é separada de Cristiano, mora na casa ao lado e, na noite anterior à morte de Isadora, esteve na casa do ‘ex’ para ver a filha. Ela admitiu em depoimento que Isadora já estava mal, com muita tosse e cuspia sangue. No entanto, não tentou socorrer a filha, ao invés disso foi para casa, para dormir. Ainda em seu depoimento, ela relata que não tinha boa relação com o ‘ex’ e que há meses notava que a filha estava debilitada e doente, mas não tinha conhecimento sequer de quais eram os problemas de saúde de Isadora. O indiciamento dos pais tem por base ainda o laudo pericial. O documento, assinado por um médico legista de Alegrete, aponta que Isadora pode ter sido agredida. Ela estava com o ombro esquerdo fraturado ou luxado, tinha hematomas na região axilar e no rosto, além de feridas corto contusas no nariz e na região da bochecha direita. Para o Delegado, há indícios de que tanto o pai quanto a mãe poderiam ter agido a fim de evitar o trágico resultado. Eles irão responder por homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

0 comentários: