Apesar das mensagens publicadas nas redes sociais convocando paralisação de 72 horas, os protestos no Rio Grande do Sul, em grande não interromperam o trânsito, mas acharam atenção das comunidades e governantes para os problemas enfrentados pela categoria.
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos orientou os trabalhadores do setor a ficar em casa no dia de ontem. O presidente da entidade, Éder Dal’Lago, afirmou que vários dos que não atuaram aderiram às reivindicações nacionais, mas o restante não saiu para as ruas por temer possíveis bloqueios em estradas e incêndios provocados por vândalos.
Em Uruguaiana, caminhoneiros interromperam o acesso ao Porto Seco queimando pneus e chamando a atenção com cartazes. A mobilização iniciou pela manhã e se estendeu ao longo do dia. Á tarde, policiais federais permaneceram na Ponte Internacional com o intuito de evitar que caminhoneiros interrompessem o trânsito.
Embora não tenha ocorrido bloqueio de rodovias gaúchas, em São Paulo, em Minas Gerais e no Espírito Santo, caminhoneiros interromperam alguns trechos. No Km 250 da rodovia Cônego Domênico Rangoni, na região de São Bernardo do Campo, os motoristas fecharam a via com os caminhões na praça de pedágio, por volta das 10h. O engarrafamento foi de dois quilômetros.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro orienta a categoria a permanecer mobilizada e protestante nos próximos três dias.
O caminhoneiro Eliseu Romero disse que o movimento partiu de grupos isolados e que o caminhoneiro em grande maioria quer trabalhar normalmente, sem protestos. Carlos Silveira discorda do colega e salienta que a classe está unida e que manterá as manifestações sem tumulto e com propósitos convictos.
Os caminhoneiros buscam redução de impostos sobre o óleo diesel, mais segurança nas estradas e melhoria da infraestrutura viária. A greve foi convocada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), um dos sindicatos do setor, que uniu-se assim aos protestos que há três semanas estremecem ao país sul-americano.
Em uma nota divulgada hoje, o MUBC pediu a seus filiados a “manter o protesto” até na próxima quinta-feira.
“Serão 72 horas de mobilização”, por isso “recomendamos a todos a não programar viagens para esse período, para reduzir o número de veículos de carga nas estradas, mas sem causar transtornos aos cidadãos”, diz o comunicado.
O bloqueio em São Paulo, onde em 10 de junho uma alta dos preços do transporte público suscitou a onda de protestos que se regou depois por todo o país, começou a primeira hora de hoje e sua primeira e única consequência foi um enorme engarrafamento de passagem.
O comunicado do MUBC pede aos filiados ao sindicato “darem um apoio imediato às manifestações populares que se registram no país” e a “exigir do governo que melhore a situação do transporte de cargas no país”.
Nesse sentido, o sindicato exige “subsídios para o diesel, para baratear os preços dos alimentos e de todos os produtos”; a eliminação dos pedágios para os caminhoneiros e uma fiscalização maior dos motoristas que trabalham sem as devidas licenças.
A convocação do MUBC teve eco em São Paulo e em algumas regiões de Minas Gerais, onde várias estradas também foram bloqueadas por caminhoneiros.
0 comentários:
Postar um comentário