sexta-feira, 20 de maio de 2011

Direto da Redação

O relato abaixo é do Getúlio Vargas Valls, afilhado do Jango, irmão de Iris Valls Filho, sobre o ato de seu pai, Iris Valls, quando prefeito de Uruguaiana.

Alguns amigos me pedem que conte a história do fechamento da ponte Uruguaiana-Libres, pelo pai, quando era prefeito nessa cidade.

Alguns fatos podem estar em desacordo com a verdade posto que para mim chegou a história e vocês sabem como há distorções na... história. Por favor, se alguém detectar os desacordos históricos, não se acanhe em publicá-los, haja vista que a elucidação dos fatos é o melhor caminho para a verdadeira história.
Assim me contaram que aconteceu:
Um dia, meu pai estava despachando normalmente na prefeitura quando alguém entrou em seu gabinete anunciando que um gendarme argentino tinha batido de chicote em uma "chibeira" porque ela trazia um quilo a mais de não sei o que e, não contente com o espancamento rasgou seus pacotes espalhando sua mercadoria no chão. Averiguada a veracidade do fato, foi até a casa Jaques e comprou dois rolos de arame farpado e dirigiu-se à ponte. Chegando na divisa, desceu do carro e simplesmente passou o arame de um lado a outro, deixando o "General" Aymone cuidando para que ninguém se atrevesse a tirar. Saindo dali, foi até o QG militar (época boa em que as autoridades eram autoridades) e colocou os milicos na rua a prender todos os argentinos que estavam em Uruguaiana, ficando presos no 8º de Cavalaria a pão e água. O Perón, ao saber do ocorrido, deslocou para Libres sua famosa divisão de Panzer's e para lá também se dirigiu, mandando chamar o pai para saber dos acontecimentos. O pai mandou dizer ao Perón que atendia na prefeitura municipal em horário comercial. Perón, não acostumado a ser contratriado, avisou Getúlio Vargas que invadiria para "resgatar seus compatriotas". O Getúlio, muito amigo do pai e o conhecendo, tocou para Uruguaiana e o convenceu, a muito custo, a encontrar-se com o Perón no meio da ponte.

Ali se encontraram os 3, às 11:00 hs da manhã de um dia quente como só nessa região sabe ser, e ficaram conversando até às 15:00 hs. Dessa reunião, foram tiradas algumas decisões:
1º - Que o gendarme que chicoteou a "chibeira" era entregue imediatamente à justiça brasileira para por ela ser julgado, e o foi.
2º - Uma carta de próprio punho do Perón autirizando a Prefeitura Municipal de Uruguaiana a passar na ponte o que fosse necessário para seu abastecimento;
3º - O gendarme foi trocado no meio da ponte pelos 36 argentinos presos em Uruguaiana no mesmo dia;
4º - Perón veio a Uruguaiana para acertar alguns detalhes e posou para foto na Prefeitura Municipal;
5º - Pela coragem de defender seus munícipes, o pai ganhou do Perón a espada de San Martin e o cargo de general na Argentina com seus respectivos vencimentos.

O pai aceitou a espada mas recusou o cargo e os vencimentos, aludindo que quem servia a duas bandeiras não servia a nenhuma. Ficaram amigos, se correspondiam e visitavam.

Homens com coragem, determinação, mas, principalmente com noção de dever público de seus cargos. Toda a vez que conto isso me emociono, me envaideço e me orgulho de ter recebido essa herança sem preço no mundo. Que possa servir de estímulo e exemplo para todos os detentores de cargos públicos que não cumprem com seus munícipes.

Fonte: Getúlio Valls - Facebook

16 comentários:

Anônimo disse... [Responder comentário]

História, sempre será bem vinda.Parabéns pela postagem.

Getúlio Valls disse... [Responder comentário]

Esta história deveria ser postada por quem a viveu, poderia dar maior riqueza de detalhes. Mas, o importante disso, é que Uruguaiana resgate sua história, mostrando às novas gerações que ali se forjaram homens de caráter e voltados para seu povo e sua cidade. Agradeço e parabenizo vocês pela divulgação deste fato. Quem sabe as pessoas não comecem a puxar na memória e possamos fazer um álbum histórico de orgulho de nosso município. Getúlio Vargas Valls

Vanessa disse... [Responder comentário]

vale aqui aclarar um ponto:

durante a manifestação dos arrozeiros e posterior fechamento da ponte, perguntei, para um grupo de amigos, se antes, já tinha acontecido algo semelhante..
todos responderam que sim... inclusive, me informaram que foi o pai do getulio o protagonista daquele episodio..
ante a insistencia de muitos, ele escreveu esta nota que foi publicada no seu perfil de facebook, e logo publicada aqui.
por isso.. muito obrigada getulio por compartilhar este pedaçinho da historia uruguaianense com todos nós...

Anônimo disse... [Responder comentário]

Ninguém te vê.. ninguém sabe quem tu é.. mas.. tu está em todas né Vanessinha..

Vanessa disse... [Responder comentário]

ninguem me viu? poxa... ate o getulio me conheçe pessoalmente... ate foto juntos temos...
se vc não me conhece pessoalmente, nao quer disser que eu nao exista... o meu circulo e bem reduzido mesmo... seleciono e escolho a dedo quem faz parte dele...
nao e pra qualquer um...
perder tempo com anonimos, so na internet..
na minha vida real, só me rodeio de gente que presta.

Dalel Harbouki disse... [Responder comentário]

Maravilhoso pedaço de nossa história que eu em minha humilde ignorância desconhecia por completo tal fato.Obrigada Amigo Getulio por poder contribuir para que eu um dia possa também repassar o feito de seu pai a quem sabe meus netos. Adorei saber do acontecido. Faltam hoje nesse pais homens de coragem e brio como seu pai.

Vanessa disse... [Responder comentário]

olha... anonimo 13,30... a Dalel tbm me conhece...
para com esse asuntinho que ninguem me conhece...quem não e conhecido aqui, e vc..pois e "anonimo"

Mariele disse... [Responder comentário]

Ei Vanessa, estamos falando de história nestes relatos tá. Sua vaidade pessoal, de quem te conhece ou não, tá atrapalhando o desenrolar dos tópicos. Pra falar a verdade também não te conheço..hihiihi..
Bem que podiam bloquear essa argentina dos blogs de Uruguaiana.
Não tem mesmo o que fazer, anda perseguindo fatos em Uruguaiana, achando que tem alguma influência ou importância. te enxerga guria.

Vanessa disse... [Responder comentário]

mariele.. e que não respondi a ti, e sim a o outro anonimo..quem não enxergou aqui foi vc!!! bloqueia!!! sem problema...isto nao paga meus impostos mesmo!

Maria de Lourdes Velo Pereira disse... [Responder comentário]

Amigos uruguaianenses

Cada vez que leio essa história sinto muito orgulho.
Um tempo onde a honra,cidadania,justiça,disciplina moral era hábito de muitos.
Iris Valls,um homem amado pelos pobres e respeitado pelos mais agraciados.
Getúlio Valls teu legado é uma honradez !!
Segue os passos dele e nos enche de orgulho!!!!!
Grande abraço
Maria de Lourdes Velo Pereira

José Francisco F. Valls disse... [Responder comentário]

Meu primo Getulio Vargas Valls tem todo o direito de se orgulhar do legado do seu pai e meu tio Iris Ferrari Valls. Acontece porém que a historia deve ser contada como realmente aconteceu. Iris Ferrari Valls não era prefeito de Uruguaiana quando tomou a decisão de fechar a ponte com um cabo de aço e não arame farpado acompnhado do Nelson Menezes e outro amigo. O motivo foi o mau tratamento que os Gendarmes vinham sistematicamente tendo com as farinheiras brasileiras. O presidente Peron que tinha um bom relacionamento com Iris, foi informado pelo Embaixador Batista Luzardo do fato. Ele não veio à Paso de los Libres. Mandou o comandante da Gendarmeria para Ushuaia no sul da Argentina e posteriormente mandou vir a Prefectura Naval para a ponte. O General que comandava a guarnição de Uruguaiana mandou chamar o tio Iris e pediu explicações sobre o ocorrido. Como sabia da amizade dele com Geulio Vargas não tomou nenhuma atitude, simplesmente mandou abrir novamente a ponte. A população adorou o feito e o carregou em braços pelo centro. Alguns anos depois se postulou candidato a prefeito pelo PTB e ganhou as eleições. Fez um grande governo construindo várias escolas que até hoje funcionam, remodelou a praça, iniciou a construção da Avenida Pte. Vargas, constriuiu o Hotel Municipal e a antiga rodoviária. Tinha sensibilidade social era muito determinado e honesto. Nunca foi prepotente nem mentiroso. Aproveitou sua amizade com Getulio Vargas para trazer verbas para obras em sua terra natal.

Anônimo disse... [Responder comentário]

O Senhor José Francisco Valls trata de corrigir um fato histórico que foi maldosamente avolumado com acontecimentos distantes da verdade, fantasiosos e inexistentes.Muitas vezes a história real perde o brilho por ser contada de forma enganosa e ao gosto do "contador".No caso, chegamos a duvidar do dito popular de que " a fruta não nasce longe do pé".As vezes nasce sim, e se cria com outros hábitos.Parabéns senhor por contar o que REALMENTE aconteceu por iniciativa de nosso grande prefeito Íris.

Vanessa disse... [Responder comentário]

reler:

"Alguns fatos podem estar em desacordo com a verdade posto que para mim chegou a história e vocês sabem como há distorções na... história. Por favor, se alguém detectar os desacordos históricos, não se acanhe em publicá-los, haja vista que a elucidação dos fatos é o melhor caminho para a verdadeira história."....

Anônimo disse... [Responder comentário]

Tá Vanessa..
Eai???
É isso que o Francisco fez, não é?
Qual é o problema agora?

Anônimo disse... [Responder comentário]

Essa Vanessa não fecha a matraca nunca.Sempre tem que falar alguma coisa por último, mesmo que não diga nada ou que fale em repeteco.Usa a boca para outras coisas, como mastigar por exemplo.

Vanessa disse... [Responder comentário]

ficar discutindo com anonimos, significa perder meu precioso tempo.
Não tem nada de errado com corrigir ou acrescentar informações, justamente, porque o propio autor ja tinha feito a aclaração que essa era a versão que tinha chegado a ele.
agora opinar que ".Muitas vezes a história real perde o brilho por ser contada de forma enganosa e ao gosto do "contador".....hahahahahha..ai ja é demais!

estamos aclarando uma coisa,que Ja no texto ORIGINAL FOI ACLARADA.!!!
comentarios maldosos como os do anonimo 15,43- 15,18 e 25 de maio de 2011 13:05, são os que estão demais por aqui..
em todo caso, quem tem que saber usar melhor os "dedinhos", são vcs.