O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) defende a continuidade da CPI da Saúde na Câmara de Vereadores de Uruguaiana. A Comissão, instalada em abril, teve os trabalhos suspensos liminarmente pela Justiça nesta quinta (19), atendendo ação movida pelo prefeito Sanchotene Felice.
Para a Entidade médica, a CPI deve apurar em profundidade todas as suspeitas de irregularidades envolvendo a Administração Municipal na execução de programas na saúde básica e na gestão da Santa Casa de Uruguaiana, cuja direção é nomeada pelo Prefeito. O Legislativo, ressaltam os dirigentes, está exercendo seu papel legítimo de fiscalizador dos atos do Executivo. “Apoiamos qualquer investigação que possa esclarecer se há ou não condutas ilegais do administrador. Até porque os temas envolvem a aplicação de verbas públicas e a assistência à população, que vem sendo gravemente prejudicada”, adverte o representante do Simers, Edson Prado Machado. “Queremos a verdade dos fatos já denunciados. A CPI vem tomando depoimentos que certamente ajudarão a elucidar as acusações”, completa Machado.
A situação no Hospital é preocupante ante medidas recentes que levaram, por exemplo, ao fechamento da UTI Coronariana. Trata-se de um equipamento de alta complexidade e que foi montado a partir de convênio com o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre. A Administração anunciou, na semana passada, o cancelamento do acordo e rescindiu o contrato com médicos intensivistas. A unidade já estava inativa havia uma semana por falta de equipe e de direção técnica. Sem condições de assegurar os cuidados adequados a pacientes graves, os intensivistas comunicaram à direção da Casa de saúde, à Prefeitura, ao Ministério Público e às entidades médicas que não conseguiriam manter o atendimento, que era feito ao SUS e convênios. A prefeitura nada fez. O Sindicato denunciou que as atitudes do gestor retiraram da população o direito a um tratamento com os recursos disponíveis na UTI com dez leitos. Hoje os doentes graves acabam ficando no Pronto Socorro, têm de disputar as escassas vagas na UTI de adultos (com a mesma capacidade) ou precisam ser transferidos a outros municípios, o que gera mais dificuldades devido às limitações de estrutura de atendimento na região.
Em outra frente, o representante do Sindicato se reuniu com o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Matheus Gama, para solicitar medidas em virtude de irregularidades nos contratos de médicos pela Santa Casa, principalmente de desrespeito a direitos trabalhistas. Gama se comprometeu a instaurar inquérito para apurar o caso.
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