Durante os cinco primeiros meses deste ano, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) recebeu 13 novas denúncias de estupro de menores com idade entre 15 e 18 anos, e 14 denúncias de estupro de vulnerável, quando as vítimas têm idade até 14 anos.
De acordo com o delegado titular da DPCA, Enio Tassi em todos os casos, foram instaurados inquéritos policiais para apurar os acontecimentos, e alguns deles ainda estão em andamento, razão pela qual não pode dar detalhes sobre os crimes.
Porém, o Delegado explica que, em janeiro foram registrados dois estupros envolvendo menores de 15 a 18 anos, e dois envolvendo vulneráveis (menos de 14 anos). Os números se repetiram em fevereiro, mas em março, houve uma significativa alta em relação aos crimes praticados contra menores de 14 anos. Chegaram ao conhecimento da polícia cinco casos. Já nos casos em que a vítima tem de 15 a 18 anos, foram dois registros novos. Em abril, foram registros outros dois crimes de estupros e mais três crimes de estupro de vulnerável. E, em maio, foram cinco estupros com vítimas de idade entre 15 e 18 anos, e dois estupros de vulnerável. Ou seja, dos novos casos que chegaram à Delegacia nos primeiros cinco meses, 51,8% foram praticados contra vítimas com idade até 14 anos.
Denúncias
O aumento nas denúncias é visto pelo Delegado como algo positivo. “Essa ajuda da população é fundamental, especialmente neste tipo de crime. É o que nos possibilita a investigação desses crimes e responsabilização dos agressores, que muitas vezes possuem a confiança da família. Mas ainda há muitos casos não registrados, muitos crimes dessa natureza que ficam impune”, explica.
Ele diz ainda que, apesar de alto, o número de vítimas de violência sexual não representa a realidade. Uma parcela significativa de crimes desta natureza não chega ao conhecimento da polícia, especialmente quando cometido contra crianças. “Não temos como saber o percentual de crimes que não chegam até nós, mas sabemos que há um número bastante significativo infelizmente”, garante. Por fim, o Delegado pede auxílio da comunidade. “Qualquer informação pode ser levada até a DPCA, pelo telefone 3414 4195, ou mesmo o plantão da Polícia Civil (3412 1127). A identidade do denunciante é preservada. É garantido o sigilo absoluto”, completa.
Agressores
Um recente levantamento da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a partir da análise de 277 processos de crimes sexuais que tramitaram no órgão, revelou que na grande maioria dos casos de estupro, especialmente quando a vítima tem idade de zero a 14 anos, o agressor é alguém próximo.
A maior fatia, 29%, é a dos conhecidos, ou seja, moradores do mesmo bairro, colegas, amigos de amigos, motorista de escolar, pastor, professor. Logo depois vem as pessoas que mantiveram algum tipo de envolvimento mais próximo, ex-marido ou ex-namorado, que representam 15% dos agressores. Parentes completam a lista. Pais são responsáveis por 11% dos ataques, padrastos, 14%, tios, 7%, mães, 4%, avôs, 3% e irmãos 1%. Em 35% dos casos, vítima e agressor viviam no mesmo local.
Gabriela Barcellos
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