Em um vídeo divulgado pelo governo federal, o ministro da Agricultura afirmou que o país receberá o certificado em maio de 2018, depois de 50 anos de espera
Gabriela Barcellos
Segue até amanhã, 30/11, a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Todo o rebanho de bovinos e bubalinos com idade até 24 meses, inclusive recém-nascidos, no Rio Grande do Sul e, na maioria dos estados brasileiros.
Aproveitando a campanha, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, afirmou em um vídeo divulgado pelo governo federal, que o Brasil receberá o certificado de território livre de febre aftosa com vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Atualmente, a maioria dos estados brasileiros – inclusive o RS – possui o certificado. “O Brasil inteiro estará livre”, diz o ministro no vídeo, lembrando que esta é uma luta de mais de 50 anos do País. De acordo com o Ministro, o recebimento do certificado ocorre em maio de 2018.
Enquanto a maior parte dos estados já possui o status, Santa Catarina é o único que possui o reconhecimento como livre de aftosa sem vacinação. No Amazonas, apenas os municípios de Guajará, Boca do Acre e parte de Lábrea e Canutama têm o status de livre da doença com vacinação. Ainda no Norte, a totalidade de Roraima e Amapá não são consideradas zonas livres da doença.
A certificação oficial de que 100% do território nacional é livre da doença, mesmo que com vacinação, pode facilitar a abertura de novos mercados internacionais. A diretora-geral da OIE, Monique Eloit, afirmou no mesmo vídeo que “O Brasil tem um papel muito significativo no desenvolvimento das Américas, por exemplo, contra a febre aftosa, a peste suína clássica, a influenza aviária. Por isso, é muito importante que o País continue a ser tão comprometido com as questões veterinárias”. Ela esteve no Brasil na última semana para conceder à empresa especializada em genética avícola Cobb-Vantress certificação para um modelo inédito de compartimentação de aves.
Durante a visita, Monique e Maggi assinaram um acordo de cooperação que coloca o Brasil como participante da gestão da OIE. De acordo com o Ministério, o acordo prevê o repasse de valor equivalente a 1 milhão de euros (R$ 3,56 milhões) para programas de prevenção à febre aftosa e para melhoramento dos sistemas de auditorias sanitárias privadas. Os recursos são da iniciativa privada e serão divididos em seis parcelas.
O ministério coordenará as ações, que serão executadas a partir de janeiro de 2017, em um programa com duração de dois anos. As medidas devem estar de acordo com as normas do Fundo Mundial da OIE para Saúde e Bem-Estar dos Animais.
O acordo do Brasil com a OIE prevê cinco frentes de atuação: erradicação da febre aftosa nas Américas; apoio à erradicação e prevenção do mormo (doença que afeta os equinos); respaldo aos escritórios da OIE; assistência aos novos países membros da OIE na região, e, contribuição à compra da sede da OIE em Paris, França.
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