segunda-feira, 3 de junho de 2013

Leishmaniose: Uruguaiana registra positivos 90% dos casos suspeitos

O veterinário responsável pelo trabalho de fiscalização e combate a Leishmaniose, Ricardo Wesllek, informou ontem em entrevista ao Jornal CIDADE que 90% dos exames realizados mensalmente em Uruguaiana têm resultado positivo. Segundo ele, cerca de 70 exames são realizados por mês. “Os números crescem diariamente e o grande problema é a falta de conscientização por parte da população, pois as pessoas não querem se livrar do cão, e não querem assumir as responsabilidades e principalmente não têm cuidados básicos de higiene”, disse Ricardo. 
O veterinário ressalta que o município está infestado. “Não podemos citar um ou outro bairro como referência do foco. Uruguaiana está infestada”. Vale destacar que o cão é a vítima do mosquito transmissor e que se o dono não autorizar e se responsabilizar pelo tratamento, ele não será submetido à eutanásia. 

O que é a Leishmaniose?
A Leishmaniose é uma doença infectocontagiosa causada por um protozoário, conhecido como Leishmania spp., que é transmitido pela picada do mosquito flebótomo infectado, também conhecido como “mosquito palha” ou “birigui”. É considerada uma zoonose e pode acometer homens e cães. Nos caninos de estimação, ela é conhecida como Leishmaniose Visceral Canina.

Formas de transmissão
O homem só pode ser infectado
se for picado por um flebótomo
contaminado, que transmite após
se alimentar sobre homens
ou animais infectados.
De acordo com médica veterinária Ana Flávia Ferreira, a doença não é transmitida de um cão infectado para um cão sadio. “A transmissão só ocorre quando o animal é picado pelo mosquito infectado e uma vez doente, o cão não oferece risco para outros animais e nem mesmo para ser humano. Desta forma, o homem só pode ser infectado, se também for picado por um flebótomo contaminado”, explica a profissional, que completa: “os gatos não são acometidos por esta patologia”.

Sintomas e diagnóstico 
A confirmação da doença só pode ser feita através de exame de sangue, que aponte aumento das enzimas hepáticas ou anemia; e de exame citológico, feito a partir de pequenas amostras de tecidos, como a medula óssea, o baço e o fígado. Alguns sintomas que estão associados à doença e que podem levar o proprietário a desconfiar da enfermidade são: descamação seca da pele, pelos quebradiços, nódulos na pele, úlceras, febre, atrofia muscular, fraqueza, anorexia, falta de apetite, vômito, diarreia, lesões oculares e sangramentos. Nas formas mais graves, a Leishmaniose pode acarretar anemia e outras doenças imunes.

Tratamento da Leishmaniose
Segundo a veterinária Ana Flávia, no Brasil o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina ainda é polêmico. “Os ministérios da Saúde e da Agricultura determinam que animais infectados pela doença, devem ser sacrificados; o que causa revolta nos proprietários, pois os animais de estimação são considerados ‘membros’ da família. Porém, o tratamento não é proibido e pode ser sintomático, com medicações veterinárias de uso oral, que podem até ser manipuladas”, informa a veterinária, que completa: “por isso, fica a recomendação para que os proprietários de cães, principalmente aqueles que residem em locais onde os registros da doença são maiores, vacinem seus animais como medida preventiva”.

Como prevenir
No Brasil, existe atualmente no mercado uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, que confere proteção superior a 92% e já protegeu mais de 70.000 cães em todo o país. 
O programa vacinal deve ser associado a outras medidas de controle, como combate ao inseto vetor (flebótomo), com a aplicação de inseticida no ambiente e o uso de produtos repelentes no cão, também já existentes no mercado pet do Brasil.

1 comentários:

New Look disse... [Responder comentário]

Gostaria de saber do veterinário, que não atende ao telefone, pois quero sacrificar meu cão e ele não atende.