quarta-feira, 27 de abril de 2011

Baluartes do samba em extinção

Há tempos me preocupo com o futuro das nossas Instituições Carnavalescas e o que poderia ocorrer caso viessem, aos poucos, disseminando as lideranças de cada Bandeira do Carnaval, e dar seqüência administrativa em cada Escola de Samba de Uruguaiana. Vejamos:

BAMBAS: Partimos da premissa de ser uma Escola se Samba relativamente nova no contexto do carnaval, há poucos anos de sua fundação. Teríamos um pouco de dificuldade de encontrar contingente experiente para orientar, colocar no caminho certo, dirigir a entidade para vida futura plena, já que VELHA GUARDA, por esse motivo, não tem. Portanto, sangue novo sempre que formos falar em mudanças de presidência, não temos.

APOTEOSE DO SAMBA: Mesmo caso, até por ser uma dissidência do Ninho da Águia e serem os mesmos ainda muito jovens na Avenida, tendo até por essa juventude e falta de larga experiência, transitado no segundo Grupo, voltando agora mais fortalecida. Mesmo assim, que nomes antigos poderíamos evidenciar? Às consideradas Escolas menores, o perdão da coluna, pois ainda engatinham no aspecto primeira linha, justamente por serem novas, sem futuro certo e totalmente fora do contexto de Carnaval com letra maiúscula, dando entender que a verba destinada a elas, já premiam pessoalmente seus presidentes o suficiente para tudo outra vez no ano que vem, tirando uma bela fatia das Escolas de expressão e que investem cinco ou mais vezes esses valores. É JUSTO?

TOCA DO LOBO: Um caso sui generis que há décadas parece correr atrás da sua própria cola. Giram em torno da família Lobo as diretrizes da Entidade, impossibilitando seu crescimento e as chances de permanecer no Grupo Especial, sendo até um estorvo para o Carnaval, junto a outras “escolinhas” sem expressão. Há de se pensar grande e sem paternalismo, falsa ternura ou interesses políticos dentro da Liesu, e acabar com essas entidades que desabonam um carnaval moderno, luxuoso, criativo e de alto nível de verdadeiras Escolas de Samba de Uruguaiana.

ILHA DO MARDUQUE: Num quociente de rara dimensão, dá para garimpar algumas figuras mais antigas que, a rigor de suas lembranças do inicio da transição do bloco satírico da Ilha para a digna Escola se Samba, posam, com o aprendizado dos anos, assegurar uma transição presidencial para outro que entre com maestria e dedicação, e venha elevar cada vez mais o nome no cenário de Carnaval, uma Comunidade feliz e carnavalesca por adoção.

CHUCHA NA ZEBRA: Aí começam algumas preocupações, pois o que quero alertar é a falta de reais baluartes de samba nas Entidades, aqueles que, por vida dedicada e muitos trabalhos prestados a sua Agremiação, adquirem o status de conhecedores de carnaval e, pelo menos num processo de renovação nas diretrizes da Escola, lá estarão colocando seus nomes e confiabilidade para dirigirem o futuro da sua Escola de Samba do coração. Porém, com a carga e responsabilidade de que O PATRIMÔNIO DA SUA ENTIDADE não seja desprotegido e nem afetado de forma alguma, e mais ainda: conduzam a conquista de mais e mais (é exigência dos componentes e torcida) campeonatos e vitórias.

ROUXINÓIS: É visível a descaracterização em termos de “Hereditariedade do Samba” na Escola Verde & Branco. Depois de Severo Luzardo, Palmor Franklin, João Carlos Ritter e Conrado Gomes, pouco ou quase nenhum nome forte ou raiz sambista que conheça os meandros de uma Escola de Samba se poderia agora citar para que essa sexagenária agremiação tenha um futuro esplendoroso e voltem os tempos de glórias e vitórias haja visto que, em décadas anteriores, sua torcida e componentes acostumaram-se a fartos títulos conquistados tornando Os Rouxinóis a escola com maior número de campeonatos no Brasil – 28 títulos – sem contar o vice-campeonato de 2011, perdido para a Cova da Onça num critério de desempate no quarto quesito, por 1 décimo. Com Jair Rodrigues, uma frustração muito grande tomou conta dos esmeraldinos, pois a administração e o dinheiro investido pelo fanático e polêmico presidente só um campeonato conquistou, e longe, lá em 2006. Logo a Escola caiu em desgraça administrativa chegando ao desgaste ao passar pela gestão Marielly Abad que, a rigor, leva consigo, mesmo assim, esse vice-campeonato de 2011. Tem agora os “Verdes”, a esperança e presunção de tempos melhores com Custódio Flores, um comandante novo no carnaval, mas com a responsabilidade de reformular o quadro social e os Estatutos da Agremiação, e atender as exigência de vitória, o credenciando para o biênio em que estará a frente dessa Entidade onde todos estão mobilizados (com muitas condições exigidas). Componentes, diretoria, medalhões e torcida o apoiaram na mudança de rumo da quase sexagenária Rouxinóis. É um desafio para São Custódio consagrar e sair consagrado desta tarefa carnavalesca.

COVA DA ONÇA: Dos antigos Mathias Abreu, passando por tantos e bons presidentes como Dr. Pedro Moacir até Vera Camargo, penso que também começam a escassear nomes de peso e conhecimento de samba na Vermelho & Branco da baixada. Muitos, ou melhor, a maioria dos que conhecem e sabem como fazer uma Escola campeã, já não querem mais envolvimento. Eu poderia aqui citar muitos nomes de todas Entidades Carnavalescas, mas eles preferem agora, só acenar na avenida suas bandeirinhas de cores personalizadas das Escolas de seus corações, longe dos compromissos de serem presidentes. Neste último ano, surgiu a figura simpática, carnavalesca, personalidade forte e liderança marcante chamada José Carlos Zaccaro, que ao receber a “Vermelhosa”, teve a responsabilidade de não devolver o título anterior a nenhum adversário. Conseguiu, com muito talento carnavalesco e visão administrativa. Terá ele fôlego para seguir em frente até o final já que um título traz a fama de muitos chamarem para si os “louros da vitória”? É de se ver ao longo dos tempos!

Vejo que não posso vislumbrar “novos nomes” de uma legião de bambas antigos nas Entidades do Samba para ter o segmento vitorioso e um futuro que faça crescer mais ainda suas torcidas e, logicamente, seus componentes. Todos esses ingredientes são a fórmula exata de um carnaval diferenciado, atraindo muito mais foliões à Avenida do Samba, até termos, urgentemente, o nosso exigido e já necessário SAMBÓDROMO para sacramentar então esta festa e atrair mais e mais turistas à Uruguaiana. Agora, voltemos à situação real: - Sem pessoas de ilibada conduta, confiabilidade, que saibam administrar vaidades, ciúmes, inveja, e até interesses pessoais nas respectivas diretorias, e que, mesmo sem entender de carnaval, tenham humildade para escutar e atender aos mais velhos e experientes no samba em sua tribo, essas escolas estarão prontas para ganhar de seus adversários na avenida? Sem o conhecimento e a experiência da VELHA GUARDA de cada uma, haverá agremiação viva e triunfante daqui pra frente na avenida? QUEM VIVER VERÁ!

1 comentários:

Anônimo disse... [Responder comentário]

Aguardem a chapa da Ilha do Marduque.
Grandes baloartes entrararão em quadra.
Aguardem. Vão arrebentar.